Dois estaleiros navais portugueses, da Figueira da Foz e de Vila Real de Santo António, deverão fornecer quase 30 embarcações de pesca a Angola.
É o caso da AtlanticEagle Shipbuilding, concessionária dos antigos Estaleiros Navais do Mondego, na Figueira da Foz, que está a finalizar a negociação com o Governo angolano de uma encomenda de 25 embarcações para pesca artesanal, de dez metros de comprimento, em alumínio.
“É uma potencial encomenda, embora ainda não esteja contratualizada. Mas já está apalavrada seriamente com o Ministério das Pescas”, explicou à agência Lusa o administrador da AtlanticEagle, Carlos Costa.
A contratualização, acrescentou, está prevista para Fevereiro e a construção será feita em Portugal. No entanto, a empresa não revela valores envolvidos no negócio.
Estes estaleiros, que empregam cerca de 60 trabalhadores, integram a comitiva portuguesa presente na primeira edição da Feira Internacional de Pescas e Aquicultura de Angola, que decorre em Luanda até domingo.
O crescente mercado angolano, além da pesca artesanal também para navios de apoio à actividade petrolífera ‘offshore’, em aço e alumínio, é uma das apostas dos estaleiros da Figueira da Foz, que arrancaram com a actividade comercial na construção naval há cerca de seis meses.
O mesmo acontece com a Nautiber – Estaleiros Navais do Guadiana, de Vila Real de Santo António, que se dedica à construção naval em fibra de vidro e que procura em Angola novos negócios.
O administrador Rui Roque explicou que a Nautiber tem em construção quatro embarcações para a pesca de cerco, de 20 a 25 metros de comprimento, cada uma avaliada em 1,7 milhões de euros.
As entregas estão programadas entre Agosto e Dezembro de 2015, e as embarcações destinam-se a armadores das províncias de Luanda, Benguela (duas) e Namibe.
“A perspectiva, por isso é que vimos aqui, é angariar mais trabalho. A fileira da pesca [em Portugal] ficou sem trabalho a partir do fim 2013, e estas encomendas relançam-na”, disse Rui Roque, explicando que as embarcações de pesca e para as forças de segurança têm sido outro dos negócios desenvolvidos.
A Nautiber factura anualmente cerca de oito milhões de euros e emprega 52 trabalhadores.